30/01/2007
Consumir milho, cereja e vinho tinto adia velhice
O consumo de milho, cerejas, aveia e vinho tinto adia o envelhecimento devido a seu alto conteúdo de melatonina, substância produzida em pequenas quantidades pelo corpo, que tem propriedades antioxidantes e atrasa a degeneração neuronial.
É esta a conclusão de um estudo da Rede Nacional de Pesquisa do Envelhecimento da Espanha do qual participam pesquisadores do Instituto de Biotecnologia da Universidade de Granada (sul).
O trabalho foi realizado em ratos normais e transgênicos, aos quais se provocou um envelhecimento celular acelerado, mas seus resultados são aplicáveis ao ser humano. O estudo conclui que o consumo da melatonina adia os efeitos oxidantes e os processos inflamatórios próprios do envelhecimento.
Essa substância natural, que o ser humano produz, é encontrada em pequenas quantidades em algumas frutas e verduras, como a cebola, a cereja e a banana, e em cereais, como o milho, a aveia e o arroz, além do vinho tinto e algumas plantas aromáticas, como a menta, a sálvia e o tomilho.
Segundo Darío Acuña, membro do Instituto de Biotecnologia da Universidade de Granada e coordenador da Rede Nacional de Pesquisa do Envelhecimento, o estudo comprovou que aos 5 meses de idade nos ratos, o que equivaleria a 30 anos do homem, começam a aparecer os primeiros sintomas de envelhecimento nos tecidos.
É nessa época que se produz um aumento dos radicais livres (oxigênio e nitrogênio), que provocam uma reação inflamatória. Esse estresse oxidante também tem seu reflexo no sangue, já que, segundo os pesquisadores, as células sangüíneas se tornam mais frágeis com a passagem dos anos, por isso sua membrana celular se destrói mais facilmente.
Assim, a ingestão da melatonina diariamente no homem a partir dos 30 ou 40 anos poderia, se não prevenir, pelo menos adiar a aparição de doenças ligadas ao envelhecimento e relacionadas com os radicais livres e inflamação, como muitos processos neurodegenerativos, como o mal de Parkinson, assim como as complicações de patologias, como a diabetes.
O pesquisador acredita que o Ministério da Saúde legalizará em breve a comercialização da melatonina, já que, por ser um produto natural, produzido pelo organismo humano, esta substância não pode ser patenteada e sua produção seria pouco rentável para a indústria farmacêutica. Por enquanto, os especialistas recomendam o consumo dessa substância pelo menos como suplemento nutricional.
Descargar